A Arte Regulamentada nas Escolas

Foi sancionada pelo presidente da república a poucos dias, a lei que obriga o ensino de artes nas escolas durante a educação básica.

Parece um passo importante capaz de tirar a educação brasileira da “desnutrição” de questões que envolvem as infinitas formas de pensar, olhar, sentir e expressar, a qual ela se vê submetida a tanto tempo pela total ausência ou mal aproveitamento da arte-educação nas escolas. No entanto, se não repensarmos os conceitos que envolvem e produzem os programas das poucas escolas que acreditam estar trabalhando a arte em suas instituições, corremos o risco de, ao invés de ampliarmos o olhar, pensar, sentir e expressar de nossas crianças e jovens, acabaremos promovendo a restrição e apenas ampliando o empobrecimento criativo.

Um trabalho de revisão profunda que leve os pro fissionais da área educacional a refletirem a estética, a pluralidade dos indivíduos e os possíveis papéis da arte torna-se fundamental; ou vamos continuar produzindo cartazes impessoais alusivos ao dia do índio, coelhinhos com rabinho de algodão para a páscoa na pré-escola, e com os alunos maiores, formas geométricas sem alma espalhadas numa folha de papel ofício, ou as atuais e repetitivas releituras de artistas modernos.

Considerando o panorama atual das nossas escolas para se fazer um trabalho verdadeiramente arte-educacional, temos um árduo, mas importante trabalho pela frente.

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